4 de mai. de 2008

Sem base Bíblica a Torre de Vigia maltrata os que saem



Uma característica marcante das Testemunhas de Jeová é a sua política sobre como devem ser tratados os que não fazem mais parte de sua seita. Eles são obrigados a cortar associação com todos os que saem mesmo que sejam familiares. As principais conseqüências desta doutrina extremamente dura são: a) rompimento de grandes amizades, b) destruição de relações familiares, deixando as vítimas devastadas emocional e espiritualmente. Suicídios ou tentativa de suicídio não são incomuns.


De todas as doutrinas legalistas da Sociedade Torre de Vigia (ou STV), esta talvez seja a principal responsável pela revolta entre antigos membros da Organização. E estes em resposta tem feito um exame exaustivo de sua história e ensinamentos e expondo todas as suas falácias.


Veremos primeiro como a STV recomenda que sejam tratados os que saíram espontaneamente da seita. Estes não cometeram nenhum pecado grave como adultério, roubo, etc.


Os que se dissociaram da organização são marcados como "apóstatas", e as Testemunhas de Jeová são ensinadas que devem odiar a tais. Um artigo da STV intitulado “Esquadrinha-me, ó Deus” apareceu na revista “A Sentinela” de 1 de outubro de 1993 na pg. 19 § 15, diz:- Sobre estes, o salmista disse: “Acaso não odeio os que te odeiam intensamente, ó Jeová, e não tenho aversão aos que se revoltam contra ti? Odeio-os com ódio consumado. Tornaram-se para mim verdadeiros inimigos.” (Salmo 139:21, 22) Foi por odiarem intensamente a Jeová que Davi os encarava com repugnância. Os apóstatas estão incluídos entre os que mostram seu ódio por Jeová por se revoltarem contra ele. A apostasia é, na realidade, uma rebelião contra Jeová. Alguns apóstatas professam conhecer e servir a Deus, mas rejeitam ensinos ou requisitos delineados na Sua Palavra. Outros afirmam crer na Bíblia, mas rejeitam a organização de Jeová e tentam ativamente obstaculizar a sua obra. Quando eles deliberadamente escolhem tal maldade depois de conhecerem o que é correto, quando o mal se torna tão entranhado que se torna parte inseparável de sua constituição, o cristão precisa odiar (no sentido bíblico da palavra) os que se agarraram inseparavelmente à maldade.



É incrível, mas a STV por meio de falsos raciocínios, incentiva as Testemunhas de Jeová a odiar os que saem. Que calúnia, que irresponsabilidade afirmar que alguém odeia a Deus por não pensar como você. Os que saíram da STV em sua maioria continuam amando a Deus, só não concordam em 100% dos ensinamentos da seita. Todo crente tem ciência de que, só Deus pode saber quem o ama e quem o odeia. O artigo acima está totalmente incorreto.


Além dos “Apóstatas”, há os que foram expulsos ou desassociados, por terem cometido um pecado grave (segundo os conceitos da STV), e não se arrependeram, estes não tem uma sorte melhor, são tratados da mesma forma que os “apóstatas”, as Testemunhas de Jeová nem mesmo podem dizer um simples “olá” a estes antigos irmãos.


E se o dissociado/desassociado for um parente, como deve ser tratado? Um artigo da STV intitulado “Quando um parente é desassociado” apareceu na revista “A Sentinela” de 15 de dezembro de 1981, na pg. 25 § 18 diz:- A segunda situação que temos de considerar é a que envolve um parente desassociado ou dissociado que não é do círculo familiar imediato, nem vive no mesmo lar. Tal pessoa ainda está aparentada por sangue ou casamento, e por isso poderá haver necessidade limitada de cuidar de assuntos familiares necessários. Não obstante, não é o mesmo como se vivesse na mesma casa, onde não se podem evitar o contato e a conversação. Devemos ter bem em mente a orientação inspirada da Bíblia: “[Cessai] de ter convivência com qualquer que se chame irmão, que for fornicador, ou ganancioso . . ., nem sequer comendo com tal homem.” — 1 Cor. 5:11.



Mesmo causando pesar as pessoas, a STV incentiva que parentes que se amam devam “Cessar de ter convivência”, se o parente não vive na mesma casa, deve-se “evitar o contato e a conversação”. Isto tudo deve ser feito, não porque o parente a ser evitado seja “alguém ruim”, mas sim por causa de alguma diferença religiosa. Que absurdo!!


MAIS IMPORTANTE DO QUE SABERMOS O QUE A STV ENSINA, É CONVENCER-NOS SE ELA TEM O APOIO DO CRIADOR.
Será que a STV tem apoio da Bíblia para impor esta maldosa doutrina? É o que veremos.


O principal texto bíblico para reflexão, é o mesmo usado pela STV para sua doutrina em questão:
“ Mas, eu vos escrevo agora que cesseis de ter convivência com qualquer que se chame irmão, que for fornicador, ou ganancioso, ou idólatra, ou injuriador, ou beberrão, ou extorsor, nem sequer comendo com tal homem” - 1.Cor . 5:11 (TNM)


O texto é claro, e está indicando que a congregação não devia se associar com uma pessoa que é, “chamado de irmão” (aquele que professa ser um membro da congregação), e que praticava pecados sérios.
Em que local e em que ocasião não poderia haver esta associação com o pecador? Em que ocasião não se poderia comer com tal homem?
Para termos uma compreensão adequada das Escrituras sobre este assunto, é necessário que tomemos ciência das práticas congregacionais e dos costumes dos cristãos judeus no primeiro século.


Analisando as próprias publicações da STV, teremos as respostas, um artigo intitulado, “Não deixem de reunir-se”, na Revista A Sentinela de 15/11/02 na pg. 7 diz:- “A congregação que está na casa deles” As reuniões dos seguidores de Jesus do primeiro século fornecem o modelo para as reuniões cristãs. As Escrituras indicam que costumavam reunir-se em lares particulares. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreveu: “Dai os meus cumprimentos a Prisca e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus, . . . e cumprimentai a congregação que está na casa deles.” (Romanos 16:3, 5; Colossenses 4:15; Filêmon 2)



Outro artigo intitulado “Ágapes (festas de amor)” no livro Perspicaz volume 1, pg. 62 diz:- Alguns dizem que eram ocasiões em que os cristãos materialmente prósperos realizavam banquetes aos quais convidavam seus concrentes pobres. Os órfãos, as viúvas, os ricos e os menos afortunados compartilhavam juntos uma mesa abundante num espírito de fraternidade.
Tertuliano, escritor do segundo e do terceiro século, fornece uma descrição dos ágapes, narrando que os participantes, antes de se reclinarem para comer, faziam uma oração a Deus. Comiam e bebiam com moderação, apenas o bastante para satisfazer a fome e a sede, lembrando-se de que, mesmo durante a noite, tinham de adorar a Deus. Sua conversa era a daqueles que sabiam que o Senhor estava escutando. Cada um entoava um cântico, e a festa se encerrava com oração. — Apology (Apologia), XXXIX, 16-18. ..........Como refeição literal, os ágapes se tornaram sujeitos a diversos abusos por parte dos que não tinham o correto conceito espiritual. Os textos de Judas 12 e 2 Pedro 2:13 confirmam estas refeições.


Notamos que os costumes de associação e culto, praticado no primeiro-século pelos judeus cristãos eram:- a) reuniam-se em casas privadas, b) nestas ocasiões tomavam refeições, c)adoravam a Deus, d) falavam sobre assuntos espirituais, e) entoavam cânticos, f) oravam.

Somente nestas reuniões em lares particulares, é que o “pecador praticante”, não poderia “ter convivência com a congregação”, e também não se poderia “comer com este homem”.


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Outro texto, 2 João 10,11, é usado pela Sociedade Torre de Vigia, como base para não cumprimentarem os que saíram. Será que aplicam corretamente este texto?
“Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis. Pois quem o cumprimenta é partícipe das suas obras iníquas”. - 2 João 10,11 (TNM)


Só que o texto acima não é para pessoas que tenham saído da congregação cristã. Seu contexto indica tratar-se do anticristo, de alguém que "não traz este ensino" (de Cristo). Como as reuniões congregacionais eram realizadas em lares particulares, os opositores dos ensinos de Cristo (anticristo), não poderiam ser recebidos nestas reuniões.


Sobre não cumprimentar tais pessoas (Se o texto de 2 João 10,11 for observado literalmente), as Testemunhas de Jeová além de não poder convidar ninguém a ir em sua casa, a não ser outra testemunha de Jeová, também nunca poderiam saudar a ninguém que não seja uma testemunha de Jeová, pois elas entendem que somente elas levam o verdadeiro ensino de Cristo. Sabemos que elas cumprimentam até mesmo quem não acredita em Cristo, desta forma não estão obedecendo o texto de 2 João 10,11.


Mas, para entendermos melhor o termo, “nem o cumprimenteis”, é necessário sabermos de outro costume dos Cristãos do primeiro século. Os cristãos do primeiro século costumavam cumprimentar ou “saudar com um beijo” (Rom.16: 16; 1.Cor.16: 20; 2Cor.13: 12; Ti.3: 15; 1Ped.5: 14) Quando Paulo enviou suas "saudações", em uma carta aos cristãos de Tessalónica, ele solicitou que os "irmãos" cumprimentassem os demais, com um "beijo santo" em seu nome. (1 Tess.5: 26).


Era este cumprimento especial, com um “beijo santo”, que os cristãos não deveriam cumprimentar o anticristo.


Concluindo esta questão, ficou claro que:- Paulo realmente deu instruções aos cristãos a expulsar da congregação, qualquer pessoa que pratica pecado. O desassociado seria excluído, de ser saudado com os "santos beijos", também não sendo permitida a participação nos encontros e refeições para o culto cristão e de oração. No entanto, a instrução de Paulo não proibia conversa normal com os ex-membros. Tampouco eles foram impedidos de assistir ao culto no templo e nas sinagogas. Jesus, os apóstolos e Paulo, juntamente com o resto dos judeus, adoravam Deus quer publicamente, no templo e sinagogas, e em particular com pequenos grupos em várias casas. (Atos 5:42) Foi a partir do clube privado para o culto cristão que pecadores foram excluídos.


Observamos que a STV distorce textos Bíblicos em prol de sua doutrina sobre os desassociados/dissociados.


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Para os cristãos, as palavras de Jesus devem ter maior peso do que as de Paulo. Como Jesus instruiu os cristãos a tratarem os que foram expulsos da congregação? Vejamos.


“Outrossim, se o teu irmão cometer um pecado, vai expor a falta dele entre ti e ele só. Se te escutar, ganhaste o teu irmão. Mas, se não te escutar, toma contigo mais um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, todo assunto seja estabelecido. Se não os escutar, fala a congregação. Se não escutar nem mesmo a congregação, seja ele para ti apenas como homens das nações e como cobrador de impostos”. Mat.18:15-17 (TNM)


A instrução, foi para apresentar o assunto do pecado, primeiro entre os dois indivíduos sozinhos. Então, se o pecador se arrepender, estaria tudo resolvido. Se o pecador não se arrepender, em seguida, um ou dois outros deverão ser procurados como testemunhas. Se o irmão permaneceu pecador, só então, em última instância, ele deverá ser submetido a toda a congregação (e não em particular, com os "anciãos", como a Torre de Vigia instituiu).
Se, depois de tudo isso, a pessoa ainda não ouvir, ele deverá então ser tratado da mesma forma que Gentios (estrangeiros) ou cobradores de impostos. Em outras palavras, os cristãos devem tratar os ex-membros como qualquer outra pessoa que não seja membro da congregação. No que diz respeito à "cobradores de impostos", Jesus comeu e se associou com eles. Mateus era um Cobrador de Impostos. Cobradores de Impostos não foram populares, mas tampouco foram rejeitados.


Conclusão


Não há qualquer obrigatoriedade com base nas escrituras, para que os cristãos se afastem totalmente dos ex-membros (ou seja, não ter qualquer associação ou conversa com eles). A instrução é expulsa-los a partir da congregação, e tratá-los como qualquer outra pessoa que não seja membro. Sobretudo, não existe qualquer texto bíblico, que dê apoio para o cristão excluir de sua vida, seus parentes - pais, filhos e irmãos e etc.


Lembremo-nos também que a lei que deve reger o verdadeiro cristianismo é a lei do AMOR e não do ÓDIO.